segunda-feira, 27 de abril de 2015

Saiba Mais




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Centenários


Depois de um período de “molho” e de “balanço” retomo os posts do blog (já estava com saudades) para mais uma jornada de comentários, histórias e observações de leituras e acontecimentos do mundo da literatura. Assim, como já é de praxe, inicio falando de algumas comemorações literárias que ocorrerão neste ano.


2015 é um ano citado na literatura: é o período em que se passa o conto Runaround, de Isaac Asimov. Na trama, dois dos seus personagens mais recorrentes, Gregory Powell e Michael Donovan, são os únicos humanos em Mercúrio. O conto foi escrito em 1941 e publicado pela primeira vez em 1942. Uma boa oportunidade para ler... ou reler. Ele faz parte da coletânea de contos publicados em Eu, Robô.

O ano oferece ainda mais chances para se aventurar e conhecer, ou revisitar, obras de peso da literatura mundial. Em 2015, alguns romances e novelas comemoram 100 anos de publicação, como é o caso de Triste Fim de Policarpo Quaresma, do escritor brasileiro Afonso Henriques Lima Barreto.

O obra de Lima Barreto é um romance do período do Pré-Modernismo. Policarpo Quaresma é um fanático major nacionalista, ingênuo e idealista, cuja vida tragicômica retrata as estruturas sociais e políticas brasileiras durante a Primeira República e o governo de Floriano Peixoto.

A Viagem (The Voyage Out) é outro romance que chega ao seu centenário. É o primeiro romance publicado por Virginia Woolf e foi escrito num período de extrema fragilidade da autora. O tema da obra enfoca o rito de passagem para a maioridade, no qual Rachel Vinrace, a protagonista, parte para a América do Sul, numa viagem de autodescoberta.

Considerada como novela, A Metamorfose, de Franz Kafka, também completa 100 anos em 2015. É uma das obras mais importantes de toda a história da literatura, em que o famoso caixeiro-viajante, Gregor Samsa, se transforma em um inseto monstruoso, mostrando o trágico, grotesco e cruel da condição humana.

Vale ainda lembrar outros romances centenários, como O arco-íris, do escritor inglês D. H. Lawrence; Servidão Humana, do britânico Somerset Maugham; O Espantalho de Oz, da obra “O mágico de Oz”, de Frank Baum; e Los de Abajo, do mexicano Mariano Azuela.


E falando em centenários, 2015 marca ainda os 100 anos de nascimento de importantes escritores, como o brasileiro José J. Veiga. Nascido em 2 de fevereiro, J. J. Veiga foi escritor do realismo fantástico. Entre suas obras estão Os Cavalinhos de Platiplanto, A Hora dos Ruminantes A Máquina Extraviada.

Em 10 de junho, Saul Bellow, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1976, deverá ser lembrado pelo seu centenário. Escritor judeu, nasceu no Canadá e se naturalizou cidadão estadunidense, Bellow é autor de As Aventuras de Augie March eHerzog, entre outros.

Em outubro é a vez de lembrar dois expoentes da literatura: Antônio Houaiss, tradutor, crítico literário, filólogo, lexicógrafo e ensaísta brasileiro, que nasceu em 15 de outubro, e Arthur Miller, dramaturgo norte-americano, cujo centenário será no dia 17. O primeiro é muito conhecido pelo Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, e o segundo pelas peças Morte de um Caixeiro Viajante e As Bruxas de Salém.

Já em 12 de novembro será comemorado o centenário de nascimento de Roland Barthes, crítico literário, sociólogo, filósofo e semiólogo francês. Barthes usava a análise semiótica em revistas e propagandas, dividindo o processo de significação em dois momentos: denotativo (percepção simples, superficial) e conotativo (sistemas de códigos).

Finalmente em 27 de novembro, Adonias Filho, jornalista, crítico, ensaísta e romancista brasileiro faria 100 anos. É autor de obras como Renascimento do Homem Luanda Beira Bahia, entre outras.


Vale lembrar que há cem anos Fernando Pessoa “matava” Alberto Caeiro, o mais ingênuo dos heterônimos criados por ele (há ainda Álvaro de Campos e Ricardo Reis) e também do próprio autor. Caieiro era um poeta ligado à natureza, que despreza todo tipo de pensamento filosófico por considerar que este obstrui a visão. Era um antimetafísico.

E, para encerrar as festividades literárias em 2015, no dia 23 de abril, quando se comemora o Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor, a cidade sul-coreana de Incheon receberá o título de Capital Mundial do Livro 2015, ostentando-o e realizando uma série de atividades voltadas à literatura até 2016. 


Em seu centenário, escritora que vivia do lixo recebe homenagem



A escritora brasileira Carolina Maria de Jesus durante noite de autógrafos do lançamento de seu livro “Quarto de Despejo”, em uma livraria na rua Marconi, em São Paulo (SP), no ano de 1960
Se as favelas e as periferias conseguiram construir um movimento literário próprio, com escritores, editores e eventos que fomentam a arte escrita nos bairros mais carentes e isolados –a dita literatura marginal–, em muito isso se deve a Carolina Maria de Jesus, que completaria 100 anos em 2014.
Em celebração ao seu centenário, a autora está sendo homenageada pela Balada Literária, que reunirá escritores em torno de mesas de discussões entre os dias 19 e 23 de novembro, em diversos pontos de São Paulo (confira a programação aqui).
Mãe solteira de três filhos, catadora de papel e ferro velho, Carolina vivia na favela do Canindé, entre a zona norte e o centro de São Paulo, quando chamou a atenção do jornalista Audálio Dantas. Ele conheceu a moça durante a apuração de uma reportagem e achou interessante seus 35 cadernos repletos de anotações que formavam um diário. Contou a história de Carolina, então, em algumas matérias e conseguiu com que uma editora publicasse parte dos escritos.
“Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada” saiu em 1960, vendeu mais de 80 mil exemplares e foi traduzido para 13 línguas. Esse sucesso, como não poderia ser diferente, mexeu bastante com a vida de Carolina.
“Ela é uma guerreira, é única na história da literatura brasileira. Tem uma linguagem autêntica, própria. Precisa ser celebrada agora e eternamente”, justifica Marcelino Freire, escritor, criador e curador do evento.
Para ele, a escritora ainda pode ensinar que “não podemos esperar que os acadêmicos ou as escolas venham dizer qual literatura devemos fazer. Carolina fez. Ao seu estilo, na sua verdade. A obra dela é fruto dessa verdade, desse impulso. Atente para o vocabulário, a força, a oralidade, a verdade que salta de suas páginas”.
Alessandro Buzo, um dos escritores mais famosos da cena marginal, complementa Marcelino. “Ela é pioneira quando se fala em pessoa da classe periférica, favelada, lançando livros. Se hoje existem vários, ela é a mãe. Acho que a grande maioria de nós, escritores marginais, tem ela como referência e inspiração”. Buzo também se diz influenciado por “Quarto de Despejo”, livro que leu quando estava em uma situação financeira bastante instável e que lhe serviu de inspiração. “Tive a certeza de que qualquer pessoa, em qualquer situação, poderia ser leitor e até autor”.
17.jun.1960 – A escritora brasileira Carolina Maria de Jesus, autora de “Quarto de Despejo”, entre seus livros
Trajetória
Carolina nasceu em Sacramento, Minas Gerais, em 1914. Frequentou a escola por apenas dois anos; precisou abandoná-la para seguir com a família para Lageado, também em Minas, onde trabalhou como lavradora. Em busca de uma melhor condição financeira, tentou a vida em Franca, no interior de São Paulo, e, em 1937, rumou para a capital paulista. Foi viver na favela do Canindé, onde escreveu seus diários, em 1948.
Seu primeiro livro, “Quarto de Despejo”, revela o cotidiano miserável de Carolina e levanta discussões sociais sobre os marginalizados. Os dias relatados na obra têm sempre o mesmo objetivo: aplacar a fome. Após o sucesso comercial do título, Carolina conseguiu dinheiro para comprar uma residência na zona norte de São Paulo, de onde escreveu “Casa de Alvenaria: Diário de uma Ex-Favelada”, publicado em 1961.
“Pedaços de Fome”, seu terceiro livro e único romance, sai em 1963 e chama pouca atenção. Carolina já vinha enfrentando diversos problemas decorrentes das mudanças que ocorreram em sua vida após o sucesso. A escritora não conseguiu se adaptar à nova realidade. Não se sentia à vontade em um bairro de classe média, desentendia-se com seus editores e lutava para se manter em alguma evidência.
“Penso que como todo artista, ela reagiu ao sucesso com regalo e deslumbramento. O assédio da mídia a transformou num ‘case’ extraordinário, pois do dia para a noite saiu do anonimato para o estrelato: seu primeiro livro causou frisson nas pessoas, tornou-se objeto de consumo da elite e dos intelectuais, e logo despertou curiosidade do exterior”, analisa Uelinton Farias Alves, professor e escritor, que trabalha para publicar uma biografia da autora em 2015.
Alves explica que o sucesso meteórico e a ascensão de classe fizeram com que conflitos se apossassem da personalidade de Carolina, “já tantas vezes abalada pelo processo de massacre vivido desde a infância, constantemente humilhada e vítima dos mais mesquinhos preconceitos”. O biógrafo lembra que a autora saiu da favela “quase apedrejada”, pois colegas que temiam ter suas vidas expostas nos diários da escritora a viam como uma ameaça.
05.jun.1960 – A escritora brasileira Carolina Maria de Jesus, autora de “Quarto de Despejo”, na janela de sua casa
Volta à pobreza
Sem conseguir se adaptar à nova realidade, sem poder retornar à favela, Carolina pensou em suicídio, mas, em 1969, optou por se mudar para um sítio em Parelheiros, onde tentaria fugir de tudo que a cercava. Por lá ficou praticamente esquecida até a sua morte, em 1977. Já em seus últimos dias, segundo Alves, chegou a lamentar sua vida e a declarar que nunca deveria ter saído da favela. “Ela morreu pobre e desiludida com o mundo da escrita. Ela fazia outra ideia desse mundo, que a salvaria de todos os problemas e misérias”, diz o biógrafo.
Após a sua morte, em 1986 saiu “Diário de Bitita”, publicado primeiro na França, com suas memórias da infância e adolescência. Após algum tempo no ostracismo, Carolina voltou a ser alvo de interesse a partir da década de 1990, principalmente por parte de estudiosos.
Além da homenagem prestada pela Balada Literária, Carolina também é relembrada por diversas outras iniciativas, como uma exposição sobre sua vida e obra no CEU Butantã, uma sessão solene na Câmara Municipal de São Paulo e o lançamento do livro “Onde Estaes, Felicidade?”, que reúne contos inéditos da autora organizados pela escritora Dinha Maria Nilda e a pesquisadora Raffaella Fernandez. Uelinton Farias Alves, seu biógrafo, ainda planeja “resgatar a ideia de publicação de sua obra completa, que inclui os romances inéditos, contos, provérbios, poesias…”

Pauta da Formação Continuada

I Formação Continuada da Sala de Leitura

Sob a coordenação de Adriana de Oliveira e Naíza Meirelles, no dia 15 de abril de 2015, aconteceu, no auditório do CAIC, a I Formação de Sala de Leitura. Este evento teve a participação de 32 docentes (entre professores, coordenadores pedagógicos e convidados). A abertura se deu com a palavra de boas vindas das coordenadoras. Foram apresentadas as atribuições do professor da Sala de Leitura, além da participação das professoras Vanda Vieira da Silva Flausino e Maria da Penha Dias que ministraram sobre "Como desenvolver a aptidão para contação de história", proporcionando, assim, condições para o corpo docente otimizar suas aulas.
Foram apresentados também pelas coordenadoras 4 projetos que serão desenvolvidos neste ano letivo. Cada professor deerá escolher um projeto que mais atende a sua comunidade escolar (levando em consideração a faixa etária).





















Projetos:

Eventos:

C.M.E.I. Jorge Francisco
Na semana da Páscoa, a gestora Patrícia e sua equipe proporcionaram aos alunos a celebração desta data tão especial. Mostrando assim a relevância de um ato tão significativo.














CRAF (CENTRO DE REFERÊNCIA DE ALFABETIZAÇÃO)
A unidade escolar propiciou  aos alunos uma viagem de encantamentos em comemoração ao Dia do Livro. Visando despertar o prazer pela leitura.





E.M. Maria Archanja
A gestora e toda sua equipe organizaram um dia de encantamento para os alunos, em virtude do Dia do Livro. Fomentando a relevância do livro na formação do educando. 








Bem vindos à Sala de Leitura


“Espero que a nossa sabedoria cresça com a nossa força, e que nos ensine que quanto menos usamos nossa força, maior ela será.”